Abstraindo Pensamentos: Se essa rua fosse minha...

quinta-feira, 24 de março de 2011

Se essa rua fosse minha...

Quem é que nunca sonhou em ter um bosque? Quem é que nunca quis ter uma rua pra ladrilhar com pedrinhas de brilhante? Onde é que foi parar toda essa inocência? As crianças cada vez mais cedo entram em uma vida que não pertence à elas e acabam se tornando adultos mirins com deveres e obrigações que não lhes competem.

Existem muitas coisas que devem ser modificadas, a começar pela escassez de infância em algumas regiões do país. Ela não precisa virar um artigo de luxo que somente os mais abonados podem ter, deveria ser um direito igual para todos, não importando raça, credo ou situação financeira. Infelizmente a realidade é bem diferente e só o que podemos fazer é cuidar do futuro das nossas crianças e torcer para que esses meninos e meninas quando adultos possam dar aos seus filhos o que não puderam ter. E não estamos falando em dinheiro ou bens materiais, sabemos disso.

Foi pensando em tudo isso e na pureza e inocência que são a essência da infância, que me lembrei de uma cantiga que meu pai costumava cantar para mim enquanto me embalava no balanço e que fazia minha mente viajar por entre os caminhos da imaginação. Inspiração essa que guardo até hoje e que remete à essas lembranças felizes cada vez que ouço a cantiga ou vejo a imagem de um bosque repleto de flores.

A todas as crianças que têm que trabalhar desde muito cedo para ajudar no sustento de suas famílias, que deixam de estudar e muitas vezes tomam a frente na criação dos irmãos e nos afazeres da casa. A todas elas que tiveram a sua infância arrancada à força por circunstâncias da vida, dedico essa cantiga como um dedinho de esperança que comprova que podemos ser eternas crianças enquanto mantivermos a pureza de espírito e a bondade de uma criança em nossos corações. Se essa rua fosse minha, "ser criança" não seria questão de escolha, mas de prioridade. E você, o que faria se essa rua fosse sua? Comece a pensar.