sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Maravilhas da Natureza

Os fenômenos naturais são absolutamente impressionantes. Alguns são tão raros, que nem a ciência, com todo avanço tecnológico, é capaz de identificar. Imagine que a natureza nos oferece a possibilidade de vermos pedras que se movem sozinhas ou formações geométricas geradas pelo esfriamento de lava. A seguir você pode acompanhar sete fenômenos impressionantes, que muita gente desconhece.

As pedras que se movem

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Até hoje ninguém conseguiu explicar por que, misteriosamente, pedras de centenas de quilos deslocam-se do seu ponto de origem pelo deserto de Death Valley. Alguns pesquisadores atribuem tal fenômeno aos fortes ventos e superfície gelada, mas esta teoria não explica, no entanto, por que as pedras se movem lado a lado, em ritmo e direções diferentes. Além disso, cálculos físicos não apóiam plenamente esta teoria.

Colunas de Basalto

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Este fenômeno ocorre com o esfriamento de um fluxo de lava espessa, formando uma malha geométrica com notável regularidade. Um dos famosos exemplos é o Giant´s Causeway, na costa da Irlanda (fotos), embora a maior e mais conhecida seja Devil´s Tower em Wyoming.

Buracos Azuis

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Os buracos azuis são gigantes elevações subaquáticas, que levam este nome pela tonalidade de azul que apresentam quando vistos do alto. Normalmente possuem centenas de metros de profundidade e tem ambiente desfavorável para a vida marinha, já que a circulação de água é ruim. Curiosamente, em alguns buracos foram encontrados restos fósseis preservados em suas profundezas.

Maré Vermelha

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As Marés Vermelhas são formadas pelo súbito aumento do fluxo de algas de cor única, que podem converter uma parte da água em uma cor vermelha sangue. Embora fenômenos desta natureza sejam relativamente inofensivos, alguns podem ser mortais, causando a morte de peixes, aves e mamíferos marinhos. Em alguns casos, até mesmo os seres humanos podem ser afetados, embora a exposição humana não seja conhecida por ser fatal.

Círculos de Gelo

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Enquanto muitos acreditem que estes círculos perfeitos sejam obra de alguma teoria da conspiração, os cientistas geralmente aceitam que eles são formados por turbilhões d’água que giram em um considerável pedaço de gelo, em um movimento circular. Como resultado desta rotação, outros pedaços de gelo e objetos gerados pelo desgaste uniforme nas bordas do gelo vão lentamente formando um círculo.

Nuvens Mammatus

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Aparentemente assustadoras, as nuvens Mammatus também são mensageiras de tempestades e outros eventos meteorológicos extremos. Normalmente compostas de gelo, elas podem se estender por centenas de quilômetros em vários sentidos e formações, permanecendo visíveis e estáticas entre 10 minutos e 1 hora. Embora pareçam portadoras de más notícias, elas são apenas mensageiras, aparecendo antes e/ou depois de uma grande mudança meteorológica.

Arco Íris de Fogo

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Este raro fenômeno só ocorre quando há a participação do sol e das nuvens. Cristais dentro das nuvens refratam a luz em várias ondas do espectro, fazendo surgir cores entre as nuvens. Devido a raridade com que este evento acontece, existem poucas fotos.


quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Pop & Rock

Qual a diferença entre pop e rock? Taí uma das questões mais complicadas da cultura ocidental! Para se ter uma idéia, o Parlamento inglês passou dias debatendo o assunto em 1990, sem chegar a uma conclusão. O governo abrira espaço para a criação de emissoras de rádio não-estatais, com a exigência de que uma delas não fosse dedicada à música pop – e não faltou quem quisesse comprar o espaço para uma rádio de rock, motivando a discussão parlamentar. Na época, o jornal londrino The Times chegou a publicar uma carta dos cantores Robert Plant e Phil Collins alegando que as rádios pop limitavam sua programação às 40 canções de maior sucesso, o que estava longe de representar toda a variada produção de rock daquele país.


poprock

A distinção surgiu na década de 60, quando o rock passou a extrapolar o formato de canção com refrão, melodia grudenta e duração média de dois a três minutos – o que serviria, aliás, como uma boa definição de música pop, feita, de fato, para tocar no rádio, seja com ritmo agitado ou como balada romântica. Os Beatles foram os principais responsáveis para que o termo rock passasse a significar música jovem de maior valor artístico e relevância social que a canção popular (raiz óbvia do termo pop), supostamente descartável. Porém, os próprios Beatles continuam sendo até hoje a grande prova de que é possível ser rock e pop ao mesmo tempo.

O vocalista Bono, do U2, tem uma frase famosa sobre o assunto: “O pop diz que tudo está bem e o rock diz que não está, mas é possível mudar”. Assim, ele contrapõe uma atitude autêntica e revolucionária (a dele, é claro) a outra, conformista e superficial. Mas um fã de bandas de rock pesado, como o Metallica, provavelmente acha que o U2 é pop demais para ele – comprovando que as duas categorias são totalmente flexíveis e subjetivas.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Importância dos Sonhos

Entender a importância dos sonhos para o nosso organismo é, até hoje, um dos desafios da Medicina. A despeito das interpretações ligadas à psicologia, muitos especialistas dedicam-se a entender as aventuras que você vive enquanto dorme. Sim, pode acreditar: mesmo que não se lembre deles, os sonhos invadem seus pensamentos quando os olhos fecham-se. “Somente pessoas com algumas lesões cerebrais, como as ocorridas nos lobos parietais, deixam de sonhar”, afirma o neurologista Luciano Magalhães Melo, do Hospital Paulistano. “E isso não é só um privilégio dos seres humanos, os sonhos já foram registrados como atividade cerebral de alguns animais, com o auxílio de eletroencefalograma”.


O médico Sigmund Freud, conhecido por suas contribuições no campo da psicanálise, dizia que os sonhos eram manifestações disfarçadas de desejos inconscientes. Trata-se de uma afirmação que a ciência não nega nem confirma, porque até hoje não se conseguiu provar a existência científica do chamado inconsciente. “Já se postulou que sonhos seriam uma forma de manter a mente ativa durante o sono. Os estímulos irrelevantes seriam incorporados ao sonho, sem interferir nele, enquanto os relevantes poderiam acordar o individuo”, afirma o neurologista.

Mas, segundo ele, essa explicação possui falhas. Um estudo demonstrou que a privação de água por mais de 24 horas nem sempre provoca sonhos com água, embora eles possam ocorrer. De qualquer forma, acredita-se que o papel do sonho possa estar ligado à ativação de redes neurais, favorecendo o aprendizado e estruturando dados armazenados na memória (acrescentando ou eliminando informações). “Sonhos podem satisfazer fantasias de difícil realização e até criar novas idéias, a partir de mudanças de conceitos que seriam rejeitados durante o período de vigília”, afirma o médico do Hospital Paulistano.

A maioria dos sonhos, cerca de 80% deles, acontece no estágio mais profundo do sono, a fase conhecida como REM (do inglês rapid eye movement, ou seja, fase dos movimentos rápidos dos olhos). Nesta fase, a atividade cerebral é muito semelhante à atividade de um individuo acordado e coexiste com a maior flacidez muscular. Isso indica que boa parte do cérebro esta envolvida com a gênese dos sonhos.

Possivelmente, o gatilho para os sonhos encontra-se em áreas mais profundas do encéfalo, como nas pequenas porções da ponte e mesencéfalo. Tais áreas estão correlacionadas com varias funções, como a realização do ciclo de vigília sono.

Dias calmos, aventuras à noite

Dias muito agitados podem alterar a estrutura do sono e, desta forma, dificultar a capacidade de sonhar. Os sonhos mais bem estruturados e organizados acontecem na fase do sono REM. Logo, se a pessoa não alcança esse nível, poderá ter menos sono REM e, portanto, menos sonhos. “Logo a capacidade de sonhar deve-se mais à qualidade do sono do que a uma situação do dia. Se você tem um dia agitado, mas consegue pegar no sono, freqüência dos sonhos não tende a se alterar”, diz o neurologista.

Algumas medicações, no entanto, podem encurtar o período de sono REM (que também decai com o envelhecimento, prejudicando a produção dos sonhos. “Mesmo assim, não se foi notado que a redução do sono REM implica em menor capacidade de aprendizado e de memória”, afirma o médico.

Outra questão intrigante diz respeito ao comportamento durante os sonhos. Algumas vezes, você age como simples observador dos seus atos, enquanto interfere diretamente e toma decisões em outros casos. O neurologista explica que existe uma situação chamada sonho lúcido, caracterizado pelo controle das experiências. “Em geral, este sonho tem fim quando você percebe que as situações pertencem ao universo onírico. “Acredita-se que uma parte do lobo frontal, que deveria estar desativada durante o sonho, deixe de estar. “Isso permite identificar que o sonho é, na verdade, simplesmente sonho”, afirma o médico.

Treine para lembrar

A lembrança dos sonhos é uma habilidade que pode ser treinada. “Os sonhos podem ser facilmente relembrados caso a pessoa seja acordada enquanto sonha”, afirma o especialista do Hospital Paulistano. “As mulheres, aparentemente, recordam mais dos sonhos do que os homens, mas não sabemos o motivo certo disso”. Redigir o sonho assim que se acorda pode ser um truque para se recordar deles. Isso porque, logo após despertar, os sonhos tendem a se perder da memória.

Já os flashes que surgem durante o dia, provavelmente não estão correlacionados com sonho. Eles podem ser apenas lapsos de memória, inspirados por pensamentos ocorridos durante a vigília.


segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Arquitetura Líquida




Até onde vai a Arte e começa a Ciência ou vice-versa? A japonesa Sachiko Kodama estabelece a ponte entre as duas. Começou por obter uma graduação em física e, não satisfeita, frequentou de seguida um curso de belas-artes, após o que iniciou o doutoramento na área da holografia e arte computacional. Kodama tem, portanto, um currículo impressionante. Ultimamente tem-se tornado conhecida graças às suas esculturas e outros trabalhos com ferrofluidos. Há quem lhe chame "arquitetura líquida".


Um ferrofluído, ou fluído magnético, é um líquido que possui em suspensão partículas microscópicas de metais ferromagnéticos e que, por isso, é sensível a campos magnéticos que lhe podem moldar a forma. Como o líquido não retém a magnetização, assim que esta cessa tudo volta à forma inicial. Este material de propriedades interessantes foi originalmente desenvolvido pela NASA nos anos 60' para tentar controlar combustíveis em gravidade zero.

Foram estas características que captaram o interesse de Kodama e a fizeram desenvolver um projecto a que chamou "Protrude, Flow". Neste projeto, a artista explora as propriedades plásticas dos ferrofluídos e consegue criar formas e padrões surpreendentes e belos, que surgem do nada para logo tornarem a desaparecer ou a assumir outras formas sob a ação de novos campos magnéticos. A superfície brilhante e a cor escura do líquido que parece uma criatura com vida própria provoca um efeito simultâneo de receio e de admiração.

Tal como neste caso, existem muitas vezes no domínio científico, matemático ou racional combinações de uma beleza insuspeita. Afinal existe algo na ordem, natural ou artificial, que admiramos genuinamente e a que chamamos belo, tenhamos a mente objetiva de um verdadeiro cientista ou a alma emotiva de um artista. Sachiko Kodama tem as duas.





sábado, 24 de outubro de 2009

Ilusão dos discos giratórios

Os conjuntos de discos com gradientes tangenciais em tons de cinza estão dispostos em círculos concêntricos (a maioria dos observadores percebe esses discos se movendo em torno do centro). Este movimento ilusionista é reforçado pelas grandes e brilhantes imagens e depende de grandes medidas, a evolução dinâmica do estímulo é provocada por movimentos oculares involuntários - fixar o centro do padrão abole a ilusão, ao passo que a digitalização da imagem é a sensação de movimento. Uma versão real dessa ilusão não exige movimento dos olhos (ou seja, persiste quando os observadores fixam o alvo no centro da imagem) e podem ser gerados pela modulação da luminância de fundo da matriz de discos. Este estímulo oferece a oportunidade de estudar essa ilusão de movimento - a percepção dos discos girando na ausência de deslocamento físico - em uma maneira altamente controlada em experimentos psicofísicos e fisiológicos, pois não é em função dos movimentos involuntários do olho. Trabalhos em preparação irão demonstrar como essa ilusão pode ser explicada em termos de uma rede de dois detectores de movimento tridimensional (2DMD, cf. Zanker & Walker, Naturwissenschaften 91, 149 - 156, 2004).




sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Aurora Polar

Todos sabem da existência de um campo magnético na Terra, afinal este campo é o responsável pela orientação geográfica observada pelas bússolas de navegação.

Curiosamente o campo magnético pode ser gerado por portadores de carga em movimento, corrente elétrica por exemplo, ou por um imã (que possui um movimento organizado de cargas). E ao contrário do que muitos pensam o campo elétrico é bem diferente do campo magnético, enquanto este gera uma força magnética que não realiza trabalho aquele pode produzir uma força elétrica que produz algum trabalho.

Uma das características inerente aos pólos magnéticos da Terra é o fato de oscilarem no tempo e não possuirem simetria em relação aos pólos geográficos.

Por uma questão de convergência ou divergência das linhas de campo magnético, a intensidade do campo nos pólos é maior que em outras regiões e pode superar a marca dos 60/65 microteslas o que provoca eventualmente o fenômeno conhecido como aurora polar.

A aurora polar é um fenômeno óptico natural onde diferentes cores emaranham-se no céu noturno das zonas polares, nas proximidades do hemisfério norte recebe o nome de aurora boreal enquanto no sul é chamada de aurora austral.

Este fenômeno é explicado pelo campo magnético da Terra influenciar partículas portadoras de carga provenientes do sol, também conhecidas como vento solar, essas partículas ao chocarem-se com átomos da atmosfera terrestre desorganiza a estrutura atômica ionizando, dissociando e/ou excitando partículas elementares.

Estes processos de desorganização estrutural são instáveis, e assemelham-se ao que ocorre com o brilho da lâmpada elétrica, durante a estabilização fótons são liberados com “cores” variadas.

O fenômeno é realmente um show da natureza e carrega consigo muitos pontos intrigantes a serem estudados, espero que um dia o homem compreenda completamente a natureza.





Moléculas de vida num segundo exoplaneta

Os astrônomos da NASA conseguiram encontrar água, metano e dióxido de carbono num planeta gasoso gigante na constelação de Pegasus. É o segundo caso e um estudo das diferenças entre ambos pode, mais tarde, ajudar a reduzir a lista dos possíveis exoplanetas. Isto quando os mesmos ingredientes básicos de vida começarem a ser detectados em planetas rochosos.

Água, metano e dióxido de carbono. Estes são os ingredientes básicos da vida que os astrônomos da agência espacial norte-americana (NASA) acabam de encontrar num planeta gasoso fora do nosso sistema solar. O fato de ser o segundo exoplaneta em que estas características são descobertas deixa os cientistas com esperança de que sejam afinal comuns e que em breve esses ingredientes possam ser encontrados num planeta rochoso - onde a vida tem mais hipóteses de se desenvolver.

Até agora, as moléculas orgânicas foram detectadas em dois gigantes gasosos. O último, maior que Júpiter, é conhecido por HD 209458b e está situado na constelação Pegasus, a 150 anos-luz da Terra. A descoberta foi feita graças ao Hubble - com a sua câmara de infravermelhos próximos - e ao Spitzer. Em Dezembro, os mesmos telescópios tinham revelado a existência desses ingredientes básicos no HD 189733b, a 63 anos-luz, na constelação de Raposa.

"É o segundo planeta fora do nosso sistema solar no qual água, metano e dióxido de carbono foram encontrados, que são potencialmente importantes para os processos biológicos nos planetas habitáveis", disse um responsável do Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA, em Pasadena. "Detectar componentes orgânicos em dois exoplanetas levanta agora a possibilidade de que se vai tornar comum encontrar planetas com moléculas que podem estar ligadas à vida", acrescentou.

Os astrônomos vão agora poder comparar os dois planetas - que apresentam, por exemplo, valores de metano diferentes. Este tipo de análise será depois necessário quando essas mesmas moléculas forem detectadas num planeta rochoso, de forma a reduzir a eventual lista de "novas Terras".

A NASA espera que esses mundos rochosos possam ser descobertos com o auxílio da sonda Kepler, que foi lançada no início deste ano. "Se detectarmos químicos orgânicos num planeta parecido com a Terra vamos querer perceber o suficiente sobre esse planeta para pôr de lado eventuais processos não relacionados com a existência de vida que podem levar à presença desses químicos", disse Swain.

"Estes objetos encontram-se muito longe para permitir enviar sondas, por isso a única forma que temos de conhecer alguma coisa sobre eles é apontar-lhes telescópios", lembrou o astrónomo do laboratório da NASA, explicando a importância dos espectômetros para determinar a sua química.

Além dos gigantes de gás, os cientistas já encontraram planetas rochosos, mas estavam demasiado próximo das respectivas estrelas para poder albergar vida. Outros, pelo contrário, são verdadeiros mundos de gelo.

Concepção artística mostra o HD 209458b, um exoplaneta composto por moléculas de dióxido de carbono, metano e vapor d'água Foto: Nasa/Divulgação

Concepção artística mostra o HD 209458b, um exoplaneta composto por moléculas de dióxido de carbono, metano e vapor d'água.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Insultos e Piadas - Martha Medeiros

Dois episódios foram bastante comentados semana passada, ambos definidos como insultuosos. Um deles foi uma brincadeira que a apresentadora Sabrina Sato, do Pânico na TV, armou para o senador Eduardo Suplicy. Ele foi convidado a vestir uma sunga vermelha de super-herói. Notório boa paz, Suplicy vestiu a sunga por cima do terno, o que bastou para o corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma, abrir uma investigação para definir se houve quebra de decoro parlamentar. Anteontem, Tuma voltou atrás.

Outro assunto foi o vídeo que Maitê Proença gravou para o programa Saia Justa, em que ela aparece em Portugal tirando um sarro dos lusitanos. Conseguiu desagradar lá e aqui também, já que muitos brasileiros colocaram o vídeo na rede acompanhado de ofensas múltiplas à atriz. Ambas as reações me pareceram superdimensionadas. Suplicy tem aquele jeito bobo e acaba pagando uns micos desnecessários, mas, até onde se sabe, é um político honesto - a Corregedoria Geral certamente tem casos mais sérios de quebra de decoro para investigar. E Maitê gravou um vídeo adolescente. Não estava traçando um perfil oficial dos portugueses, e sim valendo-se da prática mundial de perder o amigo, mas não perder a piada. Foi deselegante? Até foi, mas só porque o Saia Justa não é catalogado como um programa de humor. Se o Casseta e Planeta tivesse produzido o mesmo vídeo, ninguém acharia nada de mais.

Muita gente se defende de suas grosserias dizendo: eu estava apenas brincando. E sabemos que estavam. É fácil perceber quando alguém está tentando promover diversão à custa de um comentário ou de um ato. Isso não impede que esse alguém tenha péssimo gosto para brincadeiras, e acabe ofendendo. Nem todo mundo tem desconfiômetro. Mas não se pode colocar os maus piadistas no mesmo rol daqueles que agridem com a intenção explícita de detonar com o bem-estar do outro.

Eu me sinto insultada cada vez que pago uma exorbitância de imposto e sigo sem segurança para sair às ruas. Me sinto insultada por políticos falastrões que não se importam com seus eleitores. Me sinto insultada por quem mente e comete injustiças para salvar a própria pele.
Em contrapartida, não me sinto insultada quando falam mal de brasileiros, de mulheres, de publicitários, de colorados ou de qualquer categoria a que eu pertença, porque sei que são generalizações, não uma acusação individual. Relativizo justamente porque a intenção é fazer graça, mesmo que não tenha graça nenhuma. Só a falta de humor é que cria mártires.

Ninguém precisa aplaudir grosserias, deselegâncias e palhaçadas. O ideal seria que vivêssemos no melhor dos mundos, mas pra isso Deus teria que começar o trabalho Dele do zero. Como eu duvido que ele ponha a mão nessa maçaroca de novo, nós mesmos é que temos que aprender a brigar pelo que é sério, e não gastar nossa cólera por causa de algumas piadas ruins, sejam elas protagonizadas por um senador meio crianção ou por uma participante de um programa de amenidades. Tem gente que se sente insultada até pela felicidade dos outros, não tem? Então cuidado. Mantenhamos nosso direito à critica, mas controlemos a paranóia.

Crônica publicada no jornal Zero Hora no dia 21 de outubro de 2009.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Fotografia Contemporânea

Para se entender a fotografia abstrata é preciso compreender a interpretação do real feita pelos fotógrafos através dos tempos. O olhar sobre o mundo, feito pela fotografia, em um primeiro momento, meados do século XIX, foi um continuísmo da maneira como a pintura representava não só a sociedade, seus personagens, a natureza, enfim, o mundo real.


A fotografia nasce com sua linguagem atrelada à função social que a pintura desempenhava naquela época. Assim a linguagem, neste momento, não só se utiliza da composição oriunda da pintura, como também apresenta-se empenhada em representar a realidade tal qual ela se apresentava. O movimento chamado pictorialismo é o maior exemplo dessa ligação inicial da fotografia com a pintura.


Por meio de várias formas de manipulação da imagem fotográfica, o fotógrafo procurava inserir a fotografia no universo das artes visuais, ao mesmo tempo distanciando da então compreensão do que seria uma imagem fotográfica e, aproximando-a da linguagem pictórica.


Com o desenvolvimento da tecnologia, os equipamentos tornaram-se mais leves e as emulsões mais rápidas, permitindo uma maior mobilidade do fotógrafo, facilitando assim, a busca por ângulos inusitados e recortes que fugissem da intenção de representação fiel da realidade.

Um momento importante é movimento do construtivismo russo, já no início do século XX. Não por acaso, neste momento estava nascendo a pintura abstrata. Alexander Rodchenko, e László Moholy-Nagy, principalmente, ampliaram as possibilidades da fotografia, incutindo no fotógrafo o desafio de mostrar o mundo de uma forma diferente e inusitada. Enriquecendo o imaginário fotográfico, Rodchenko e Moholy-Nagy iniciaram a história da fotografia abstrata, propondo novos ângulos em imagens que contribuíram para o abstracionismo na fotografia.


Com os surrealistas, representados na fotografia principalmente por Man Ray, a fotografia abstrata conquista seu espaço. May Ray, inclusive assessorando Marcel Duchamp em alguns de seus trabalhos, propõe novos elementos estéticos na fotografia, fugindo do figurativo e mergulhando em um universo fotográfico descompromissado com a representação da realidade. May Ray retoma a técnica criada por Henry Fox Talbot, no início da história da fotografia, rebatizando-a de Rayografia, técnica hoje conhecida por fotograma. A idéia é colocar objetos diretamente sobre o papel fotográfico, no laboratório, sem o uso do negativo, pesquisando composições abstratas em ricas gradações de cinzas, luzes e sombras.

As fotografias aéreas, em alguns casos, são imagens abstratas, pois as referências do mundo real se dissolvem, assim como nas fotografias feitas por microscópios. Interessante notar que, segundo Phillipe Dubois(1), El Lissistsky e Kasimir Malévitch, pintores do movimento artístico chamado Suprematismo, se inspiraram em fotografias aéreas para produzirem suas imagens abstratas.


É possível fazer um pequeno paralelo entre a fotografia abstrata e a pintura abstrata. Para Meyer Schapiro(2), ao contrário do que alguns dizem sobre a pintura abstrata, esta não é fruto de um excesso de racionalismo e ausência de sentimentos, é sim, o ápice da dimensão humana no processo criativo. É no abstrato que o artista
coloca todo o seu potencial para criar uma imagem que não traga em sua percepção referência de figurativo. Faço uma comparação com a fotografia abstrata, com a ressalva que sem o referente real a fotografia não existe.

A fotografia traz consigo, sempre, um rastro do real, definida por alguns como uma imagem de natureza indicial. Isto coloca a fotografia abstrata em uma situação de ambigüidade. Ao mesmo tempo que procura negar uma representação figurativa da realidade, por outro lado, até por sua gênese por projeção luminosa sobre a material fotossenssível, não pode nascer desassociada de algo real que esteve diante da câmera.


Há também um desafio que o fotógrafo se impõe de ser original, fruto do bombardeamento não só de fotografias mas também de todos os tipos de imagens, sempre na busca de ter em suas fotografia uma abordagem diferente nunca antes vista. Isto o instiga na procura por abstrair o real, e propor imagens que mesmo geradas a partir de referentes reais ao mesmo tempo negue este mesmo real.

O resultado é um conjunto de fotografias abstratas que ao mesmo tempo em que nos remetem ao digital, demonstram também as muitas possibilidades da fotografia explorando apenas o recorte da realidade que nos cerca. São imagens que partem de um mundo real e negam, ao mesmo tempo, sua ligação com referentes deste real.



Na exposição Composições, o abstracionismo está em uma total negação ao figurativo. As fotografias não têm foco, dificultando ainda mais o reconhecimento do referente. São massas de cor, com seus limites diluídos, distribuídas pelo retângulo em uma pesquisa estética de composições.

Não sei se interessa saber a partir de qual objeto foi feita uma fotografia abstrata. Mas para o espectador, em geral, isto é importante, pois a fotografia traz esta ligação indissociável com o real. Como é fotografia então há um objeto para onde a máquina fotográfica esteve apontada por um átimo de segundo que seja. É a ambigüidade do abstracionismo na fotografia. Prefiro que o julgamento do resultado não esteja condicionado ao conhecimento de qual porção do real aquela imagem partiu, mas espectador é livre em suas considerações e julgamento.


O abstrato nega o figurativo, e de certa forma nega o real, isto instiga o fotógrafo. Uma vez em exposição o fotógrafo quer mostrar do que foi capaz e faz um desafio ao espectador: Será capaz de julgar a imagem sem precisar saber a partir do quê foi feito aquela fotografia?

1 DUBOIS, Philippe. O ato fotográfico. Campinas, SP. Papirus, 1994.

2 SCAHPIRO, Meyer. Mondrian-a dimensão humana da pintura abstrata. São Paulo-SP, Cosac & Edições, 2001.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Arquitetura Organicista

Muitos arquitetos buscam a expressão orgânica na arquitetura. Este conceito está relacionado ao termo organismo. Chamamos organismo tudo que tem vida, desde os seres mais primitivos unicelulares, através dos vegetais e animais até a complexidade do ser humano.

O que é um organismo? Quando podemos denominar algo como sendo um organismo? Quando possui vida, quando está em processo, ou seja, cresce e se mexe por força própria. Tanto o crescer como o mexer podem ser enquadrados em um único conceito - movimento.

A Arquitetura Orgânica procura sua expressão nesta característica da vida - o movimento. Existe porem um relacionamento mais íntimo entre a Arquitetura Orgânica e a vida. Como se caracterizam as formas de um organismo? Se observarmos um cristal de rocha por exemplo, uma composição de planos, arestas e superfícies lapidadas, podemos perceber nítidas diferenças entre suas formas, se comparadas com um vegetal. Em vez de planos retos o vegetal mostra uma composição de convexidades e concavidades unidas e emendadas por curvas. Estas formas são inerentes à vida.

Mas o que é vida? Um seixo de rio também possui formas redondas. Estas são resultantes do desgaste sofrido no percurso no leito do rio e da erosão contínua da água. É uma ação externa na superfície da pedra. No organismo vivo a ação do processo que origina as formas que o caracterizam é interna. Um processo, seja ele externo ou interno, sempre se manifesta no tempo. O tempo é um fator fundamental na formação do ser vivo. Mas o ser vivo também precisa da matéria para sua estruturação.

O que é a matéria? Em sua essência ela é superfície. A composição e configuração de suas superfícies determinam um espaço. A matéria é inerente ao espaço. Tempo e espaço formam o alicerce para a manifestação da vida. Já vimos anteriormente, no exemplo do seixo de rio, que a incidência do tempo na matéria, no espaço, é externa, de fora para dentro. Invertendo este processo de ação, a incidência do tempo no espaço de dentro para fora, leva-nos ao conceito de vida. O entrelaçar de tempo e espaço de dentro para fora tem como resultado a vida.

A tentativa do arquiteto que se identifica com a Arquitetura Orgânica é buscar na sua forma de expressão a integração de tempo e espaço. O resultado é o movimento, é o dinamismo na composição dos espaços. Ao usuário esta arquitetura propicia o bem estar e questões relacionadas à vida, apoiando e incentivando os processos vitais

De um outro ponto de vista, ainda temos a questão estrutural do organismo. No organismo vivo podemos distinguir características estruturais que não encontramos no reino mineral. Podemos subdividir o vegetal em membros distintos um do outro: a raiz, o caule e a folha. A raiz, uma das extremidades do vegetal, prende-se a terra apresentando características formais diferentes da folha, voltada para cima, direcionada à luz. Algo semelhante encontramos no reino animal com a seqüência formal de cabeça, tronco e membros.

Esta diferenciação estrutural do organismo vivo não se manifesta no reino mineral. A Arquitetura Orgânica, observada em detalhes, apresenta-se com elementos de características formais distintas como frente, meio e fundo. De outro ângulo distinguem-se as lateralidades ou a expressão formal da base da obra em contraste com a sua cobertura.

A arquitetura orgânica ou organicista é uma escola da arquitetura moderna influenciada pelas idéias de Frank Lloyd Wright. Apesar de ter surgido nos EUA, desenvolveu-se ao redor de todo o mundo.

O conceito do organicismo foi desenvolvido através das pesquisas de Frank Lloyd Wright, que acreditava que uma casa deve nascer para atender às necessidades das pessoas e do caráter do país como um organismo vivo. Sua convicção era de que os edifícios influenciam profundamente as pessoas que neles residem ou trabalham, e por esse motivo o arquiteto é um modelador de homens.

De uma forma geral, a arquitetura orgânica é considerada como um contraponto (e em certo sentido, uma reação) à arquitetura racionalista influenciada pelo International Style ou o conhecido funcionalismo, de origem européia.

Confira alguns projetos baseados na arquitetura orgânica:



Florescer da meditação

A meditação não é um método oriental; não é simplesmente uma técnica. Você não pode aprendê-la com descrições, mas somente praticando. Ela é um crescimento do seu viver total, resultante da sua busca do viver integrado.

A meditação não é algo que possa ser adicionado a você da maneira como você está. Ela não pode ser adicionada a você. Ela apenas pode vir até você através de uma transformação básica, pura mutação.

É um florescimento, um crescimento. Que é sempre do total, não uma adição. Assim como o amor, ele não pode ser adicionado a você. Ele cresce a partir de você, a partir da sua totalidade. Você tem que se permitir crescer em direção à meditação.

O silêncio geralmente é tomado como algo negativo, algo vazio, uma ausência de som, de ruídos. Esse mal entendido prevalece porque poucas pessoas já experimentaram o silêncio.

Tudo o que elas experimentaram em nome do silêncio é uma ausência de barulho. Mas o silêncio é um fenômeno totalmente diferente. É inteiramente positivo. É existencial, não vazio.

É um transbordamento, com uma música que você nunca ouviu antes, uma fragrância que não lhe é familiar, com uma luz que apenas pode ser vista pelos olhos internos. Não é algo fictício, mas uma realidade, aquela que já está presente em cada um de nós; apenas nunca olhamos para dentro.

Seu mundo interior tem seu próprio sabor, fragrância e luz. Ele é totalmente, imensamente e eternamente silencioso. Nunca houve qualquer ruído e nunca haverá. Nenhuma palavra pode chegar até lá, apenas você.

O verdadeiro centro de seu ser é o centro de um ciclone. O que quer que aconteça ao redor não o afeta. É um eterno silêncio: os dias passam, os anos e as épocas. Vidas passam, mas o eterno silêncio de seu ser permanece exatamente o mesmo - a mesma música silenciosa, a mesma fragrância do divino, a mesma transcendência de tudo o que é mortal, de tudo o que é momentâneo.

Não é seu silêncio. Você é silêncio. Não é algo que você possua; você está possuído por ele, e esta é a grandiosidade dele. Até você não está presente, porque até mesmo sua presença será um distúrbio. O silêncio é tão profundo, que não há ninguém, nem mesmo você. E este silêncio traz verdade, amor e milhares de outras bênçãos até você.

Crescendo em Sensibilidade
A meditação lhe trará sensibilidade, uma profunda sensação de pertencer ao mundo. É o nosso mundo - as estrelas são nossas e não somos estrangeiros aqui. Pertencemos intrinsecamente à existência. Somos parte dela, somos o seu coração.

Você se torna tão sensível que mesmo a menor folhinha de grama adquire uma imensa importância para você. Sua sensibilidade deixa claro a você que essa folhinha de grama é tão importante para a existência como a maior estrela.

Essa folhinha é única, insubstituível, tem sua individualidade própria. E essa sensibilidade criará novas amizades para você - com árvores, pássaros, animais, montanhas, rios, oceanos, estrelas e até com você mesmo. A vida se enriquece à medida que o amor cresce, que a amizade cresce.

Amor, a Fragrância da Meditação
Se você medita, mais cedo ou mais tarde você encontra o amor. Se você meditar profundamente, mais cedo ou mais tarde você começará a sentir um amor extraordinário surgindo em você, como você jamais conheceu. Uma nova qualidade em seu ser, uma nova porta se abrindo. Você tornou-se uma chama nova, e que agora deseja compartilhar com o mundo.

Se você amar profundamente, pouco a pouco você se conscientizará de que seu amor está se tornando cada vez mais e mais meditativo. Uma qualidade sutil do silêncio o está penetrando. Pensamentos estão desaparecendo, lacunas estão aparecendo. Silêncios! Você está tocando nas suas próprias profundezas.

O amor torna-o meditativo, se ele estiver na direção certa. A meditação torna-o amoroso, se ela estiver na direção certa. Você quer um amor nascido da meditação, não nascido da mente. Esse é o amor sobre o qual continuamente falo. Milhões de casais, por todo o mundo, estão vivendo como se o amor estivesse presente. Eles estão vivendo num mundo de "como se". Logicamente, como podem estar contentes?

Estão esvaziados de toda a energia. Estão tentando conseguir algo de um amor falso; ele não pode cumprir o prometido. Daí a frustração, o tédio sem fim, as reclamações constantes, as lutas e competições entre os amantes.

Ambos estão tentando fazer algo impossível: tornar seu caso de amor em algo eterno, uma utopia. Ele surgiu da mente, a qual não pode lhe dar sequer um vislumbre do eterno.

Primeiramente, entre na meditação, porque o amor resultará da meditação - o aroma essencial da meditação. A meditação é a flor, o lótus de mil e uma pétalas. Deixe-o abrir-se. Ajudá-lo a se mover na dimensão da verticalidade, da não-mente, do não-tempo.

Então, subitamente você verá que a fragrância está presente. Ela é eterna e incondicional. Então não é nem mesmo dirigida a alguém em particular. Não é um relacionamento, é mais uma qualidade que o circunda. Nada tem a ver com o outro. Você é amoroso, você é amor, então é eterno. É a sua fragrância.

Esse aroma sempre esteve em volta de um Buda, de um Zarathustra, de um Jesus. É um tipo totalmente diferente de amor, é qualitativamente diferente.

Buda definiu compaixão como "amor mais meditação". Quando o seu amor não é apenas um desejo pelo outro, não é apenas uma necessidade. Quando é um compartilhar.

Quando seu amor não é o de um mendigo, mas o de um imperador, que não está pedindo alguma coisa em troca, mas está pronto para apenas transbordar. Sem direcionar, mas pelo simples fato de estar pleno, preenchido de auto-amor.

Então, acrescente a meditação a ele e a fragrância pura será liberada, o esplendor aprisionado será liberado.

Isto é compaixão, um fenômeno de amor espontâneo, transbordante. O seu óleo essencial sendo sublimado por todo lugar que passa.

O sexo é animal, o amor é humano, a Compaixão é Divina.

O sexo é físico, o amor é psicológico e a Compaixão é Espiritual.

Portanto, a felicidade de viver em Compaixão é uma conquista Espiritual.

Absolutamente sem razão alguma. Você subitamente se sente feliz. Na vida comum, ficar feliz exige motivos. Mas essas felicidades não podem durar. São momentâneas, não permanecem. Se a sua alegria é causada por algo, ela desaparecerá. Breve você voltará a ficar triste, ansioso. Todas as alegrias o deixam em profunda tristeza.

Mas existe um tipo diferente de alegria. Subitamente você está feliz, sem razão alguma. Você não sabe responder o porquê. Eu não posso responder porque estou feliz. Não existe uma razão. É simplesmente um fato, uma comprovação. Esta felicidade não pode ser perturbada. Agora, o que quer que aconteça, ela continua. Ela está presente, dia-a-dia. As circunstâncias mudam, mas ela permanece, então, certamente, você está chegando mais perto do Estado de Buda. A felicidade é uma conquista espiritual.

OSHO do livro Meditação - A primeira e última liberdade - Ed. Shanti

domingo, 18 de outubro de 2009

Tradutor Mágico

Imagine um tradutor mágico, que convertesse as palavras antes mesmo de elas saírem da sua boca: você falaria em português, mas sua voz sairia em chinês, russo ou qualquer outro idioma. É exatamente isso que um grupo de cientistas da Universidade Carnegie Mellon (EUA) acaba de criar: o primeiro tradutor realmente instantâneo. É um grande avanço. Com os tradutores atuais, você precisa ditar em voz alta as frases para um computador, que só então faz a tradução. Aí, quando o seu interlocutor vai responder, tem de fazer a mesma coisa. Fica difícil conversar assim – é uma barulheira só. Já com o sistema novo dá para falar normalmente. Ou melhor: você não fala. Só mexe a boca, pronunciando as palavras sem fazer som, e será dublado, em tempo real, por uma voz sintetizada. O aparelho faz isso medindo a eletricidade que passa pelos seus músculos quando você articula a fala. “São 6 eletrodos, conectados ao rosto do usuário. Nos testes, já conseguimos 80% de precisão”, conta a pesquisadora Tanja Schultz, inventora do protótipo.

Mas como o tradutor da Carnegie consegue fazer isso? Afinal, cada pessoa tem um rosto diferente, e ao falar usa os músculos de maneira distinta. Então você precisa treinar o aparelho antes de usá-lo. Mas ensinar a máquina palavra por palavra seria impossível (o português, por exemplo, tem cerca de 360 mil verbetes). Para driblar isso, Schultz e sua equipe vieram com uma sacada: em vez de associar os movimentos da sua boca a palavras, o computador só interpreta os fonemas - as unidades sonoras que as formam. Aí é infinitamente mais fácil - o português, por exemplo, tem só 27 fonemas.

O protótipo já entende inglês, alemão, chinês e espanhol, mas, segundo seus criadores, a tecnologia vai levar “pelo menos mais 10 anos” para ficar afiada a ponto de virar um produto comercial. E seria um produto com outros apelos além da tradução instantânea: “Você poderia, por exemplo, falar ao celular sem emitir som, mantendo a sua privacidade mesmo em lugares públicos”, imagina Schultz. Isso, claro, se tiver coragem de sair na rua com uma maçaroca de fios grudados ao rosto. “Um dos nossos desafios é criar eletrodos menores, sem fios e mais inteligentes, que possam interpretar várias situações - para que o computador não se confunda, por exemplo, se você sorrir enquanto fala.”

Fonte: Revista Super Interessante

Os 100 mais famosos riffs do Rock

Pra quem não sabe riff é uma progressão de acordes, intervalos ou notas musicais, que são repetidas no contexto de uma música, formando a base ou acompanhamento. Riffs geralmente formam a base harmônica de músicas de jazz, blues e rock e são na maioria das vezes frases compostas para guitarra mas podemos encontrar músicas com riffs compostos para outros instrumentos, como baixo, piano, teclados, órgão, etc. Basicamente qualquer instrumento pode tocar um riff.

Entre alguns riffs famosos do rock, podemos citar Iron Man do Black Sabbath, Whole Lotta Love do Led Zeppelin, Smoke on the Water da banda Deep Purple, Sunshine of Your Love da banda Cream, Sweet Child O' Mine do Guns N' Roses e Back in Black da banda AC/DC, Rock And Roll All Nite do Kiss, You Give Love a Bad Name do Bon Jovi, Smells Like Teen Spirit do Nirvana, Check My Brain do Alice in Chains entre muitos outros.

Alguns músicos são particularmente conhecidos por seus riffs marcantes e empolgantes como Chuck Berry, Malcolm Young, Keith Richards e Tony Iommi. Os proprios Rolling Stones ja confessaram que "copiaram" ou têm por referência forte os riffs de Berry.

Veja no vídeo abaixo os cem mais famosos riffs do rock e confira a lista completa no site http://www.brodiecumming.com

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Cidade mais fria do mundo

Essa reportagem foi escrita por Shaun Walker para o jornal britânico THE INDEPENDENT



Yakutsk, a cidade mais fria do mundo, a 5ºC negativos o frio é refrescante, a 20ºC negativos a umidade no nariz congela e é impossível não tossir, a 35ºC negativos a pele exposta ao ar fica dormente e a necrose é um risco e a menos 45ºC até usar óculos fica complicado. O metal gruda no rosto e na orelhas e rasga pedaços da pele quando você decide tirá-los. Sei disso porque acabo de chegar a Yakutsk, lugar onde os amistosos nativos me alertaram para não usar óculos ao ar livre.








Yakutsk é uma cidade remota na Sibéria Oriental (população: 200 mil), famosa por aparecer no clássico jogo de tabuleiro Risk (versão do War) e por deter a fama de ser a cidade mais fria da Terra. Em Janeiro a média fica em torno de 40ºC negativos. A névoa que cobre a cidade restringe a visibilidade a 10 metros. Moradores, em pesados casacos de pele, passam pela praça central, adornada por uma árvore de Natal congelada e uma estátua de Lênin.







Logo descobri que ali, temperaturas na casa dos 40ºC negativos são tidas como “frio, mas não muito frio” Aqui as pessoas aguardam os ônibus.







Sendo assim, antes de me aventurar pela primeira vez nas ruas de Yakutsk, me encapotei com toda uma mala de roupas. Eis o que estou vestindo: um par de meias de algodão com um par de meias térmicas por cima; um par de botas; ceroulas térmicas; uma calça jeans; uma camiseta térmica; uma camiseta de mangas compridas; um suéter justo de caxemira; um abrigo esportivo; um casaco acolchoado de inverno com capuz; um par de luvas finas de lã (para que eu não exponha a pele quando tirar a luva externa para fazer fotos); um par de luvas de lã; um cachecol de lã; e um boné, também revestido em lã.







A pequena fresta do meu rosto que está exposta registra o ar frio, mas no geral a sensação é boa... Até agradável. Desde que você esteja vestido corretamente, penso eu, não é assim tão ruim. Em poucos minutos, porém, o clima gélido passa a se impor. A pele exposta começa a dar pontadas e depois fica adormecida, o que aparentemente é perigoso, porque significa que o fluxo de sangue para o local parou.







Então o frio penetra pela dupla camada de luvas e congela meus dedos. O boné e o capuz tampouco são páreo para os 43ºC negativos e minhas orelhas começam a pinicar. Em seguida as pernas sucumbem. Finalmente me vejo com dores agudas pelo corpo todo e tenho de voltar a um ambiente fechado. Olho no relógio: fiquei ao ar livre por 13 minutos! Yakutsk é a capital de Yakutia, região que abrange mais de 2.6 milhões de quilômetros quadrados e onde vivem menos de 1 milhão de pessoas. A cidade fica a seis fusos horários de Moscou, mas a viagem leva seis horas num precário avião Tupolev. A passagem custa pelo menos RS 1,8 mil ida e volta, uma enorme quantia num país em que o salário médio é de RS 930 por mês.







Não há ferrovia até Yakutsk. As outras opções são uma viagem de 1,6 mil quilômetros de barco subindo o rio Lena, nos poucos meses do ano em que ele não está congelado, ou então a "estrada dos Ossos", uma rodovia de 2 mil quilômetros construída por prisioneiros do Gulag (o sistema penal soviético).







Em Yakutsk a maioria dos carros é importada do Japão, de segunda mão, que aparentemente, resistem melhor ao frio do que os veículos russos tradicionais. Ainda assim, os moradores costumam deixar o motor funcionando, se vão parar apenas por meia hora. [Photo] E alguns deixam-no ligado o dia inteiro, durante o expediente de trabalho, para garantir uma temperatura minimamente tolerável na volta para casa. A fumaça dos escapamentos contribui para a névoa que paira sobre a cidade.







A região foi inicialmente conquistada pelos russos na década de 1630. No século XIX era usada como prisão aberta para dissidentes políticos. Anton Chekhov, em sua Jornada de 1890 pela Sibéria, pintou um quadro sombrio da vida dos prisioneiros dali. "Eles perderam todo o calor que já tiveram", escreveu. "As únicas coisas que lhes restam na vida são vodca, vagabundas, mais vagabundas, mais vodcas... Não são mais seres humanos, mas bestas.” Lenin e Stalin foram dois dos presos políticos exilados em Yakutsk.







Lenin Square, Yakutsk/Yakutia - Às 17h30 - 40ºC negativos A região é rica em ouro e diamantes, razão pela qual os soviéticos decidiram transformar Yakutsk num importante centro regional, primeiro com o sistema de trabalho forçado do Gulag, depois colonizando a região com milhares de voluntários em busca de aventura, melhores salários e a chance de construir o socialismo no gelo. A mega-empresa Alrosa, responsável por 20% da oferta mundial de diamantes brutos, tem sua sede na região. Com o tempo Yakutsk virou uma cidade de verdade, com hotéis, cinemas, uma ópera, universidades, entrega de pizza e até zoológico.







Apesar de os nativos manterem estoicamente seus afazeres e de crianças brincarem na neve da praça central, percebo que preciso de um táxi para continuar minha exploração. Os 13 minutos que passei ao ar livre me deixaram sem fôlego, praguejando e cheio de dores, o meu rosto tão vermelho que parece que acabo de voltar de uma semana no Caribe. Desabo na cama do hotel e preciso de meia hora para voltar a sentir meu corpo. A parte mais desagradável começa 15 minutos depois, quando as pernas, de volta à temperatura habitual, sentem uma cãibra quente sendo irradiada de dentro para fora, e todo o corpo começa a coçar.





Lenin Square, Yakutsk/Yakutia - Às 17h30 - 40ºC negativos





Vou ao mercado, cheio de gente vendendo peixe, porcos e coração de cavalo. Tudo congelado. “É claro que faz frio, mas você se acostuma.” Diz Nina, uma yakut, que passa oito horas por dia de pé, na sua banca de peixes. Os seres humanos se acostumam com qualquer coisa. Mas, ainda assim, o nível de resistência é difícil de compreender. Os operários continuam trabalhando na construção civil, até os 50ºC negativos. Abaixo disso, o metal se torna quebradiço. As aulas só são suspensas quando o termômetro cai abaixo dos 55ºC. Embora o Jardim de Infância feche com 50ºC negativos.





quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Você sabe como é feita a cocaína?

Sintetizada em 1859, a cocaína tem como origem a planta Erythroxylon coca, um arbusto nativo da Bolívia e do Peru (mas também cultivado em Java e Sri-Lanka), em cuja composição química se encontram os alcalóides Cocaína, Anamil e Truxillina (ou Cocamina ).

Duas variedades da planta dominam o mercado: a huanaco, coca boliviana de folhas ovais e coloração marrom-esverdeada, e a coca peruana, de folhas bem menores e cor verde-clara, que contém muito mais alcalóide do que as plantas que medram na Bolívia. A coca aclimatada em Java, além dos alcalóides comuns às outras variedades possui a atropa cocaína acrescida de quatro glicogénios cristalinos. A droga também pode ser obtida de um arbusto aparentado à Erythroxylon coca - o epadu, que cresce na Amazónia e é utilizado há séculos pelos índios da região.

Na civilização Inca, o uso da folha de coca era controlado pessoalmente pelo imperador. O maior privilégio que um Inca podia obter era conquistar o direito de mascar as folhas de coca, e os nobres costumavam ser sepultados com uma generosa provisão de folhas para abastecê-los no paraíso incaico. Mascadas, as folhas de coca produzem euforia e enorme capacidade de trabalho. Nos altiplanos da Cordilheira dos Andes, o costume de mascar coca persiste até hoje entre os habitantes, ajudando-os a enfrentar os problemas da altitude e os rigores do clima.

A cocaína propriamente dita, ou cocaína hidroclorida, é uma substância branca, amarga e inodora, na forma de cristais ou pó, e que pode ser bebida, aspirada ou injectada. Apesar do curto período de sua existência, a história registra usuários famosos da droga, como Sigmund Freud, o papa Leão XIII e o escritor Conan Doyle, criador do famoso detective Sherlock Holmes, que por sua vez também apreciava a cocaína. Na atualidade, a droga tem seu uso difundido não só entre os astros do cinema, da música e da televisão, mas também vem ganhando consumidores entre executivos e a classe média em geral.

Segundo a revista Veja, no Brasil os usuários típicos têm entre 25 e 40 anos de idade e podem ser publicitários, jornalistas, criadores de moda ou profissionais da área financeira, que exibem comportamento auto-suficiente e elegantemente agressivo. De acordo com a revista Time, o número de consumidores de cocaína nos Estados Unidos aumentou de 15 milhões para 22 milhões, e parece continuar crescendo.

As propriedades primárias da droga bloqueiam a condução de impulsos nas fibras nervosas, quando aplicada externamente, produzindo uma sensação de amortecimento e enregelamento. A droga também é vaso constritora, isto é, contrai os vasos sanguíneos inibindo hemorragias, além de funcionar como anestésico local, sendo este um dos seus usos na medicina.

Ingerida ou aspirada, a cocaína age sobre o sistema nervoso periférico, inibindo a reabsorção, pelos nervos, da norepinefrina (uma substância orgânica semelhante à adrenalina). Assim, ela potencializa os efeitos da estimulação dos nervos. A cocaína é também um estimulante do sistema nervoso central, agindo sobre ele com efeito similar ao das anfetaminas. No cérebro, a droga afecta especialmente as áreas motoras, produzindo agitação intensa. A acção da cocaína no corpo é poderosa porém breve, durando cerca de meia hora, já que a droga é rapidamente metabolizada pelo organismo.

Sua aspiração por período prolongado danifica as mucosas e os tecidos nasais, podendo inclusive causar perfuração do septo. Doses elevadas consumidas regularmente causam sangramento do nariz e corisa persistente, além de palidez, suor frio, convulsões, desmaios e parada respiratória. A quantidade necessária para provocar uma overdose varia de uma pessoa para outra, e a dose fatal vai de 0,2 a 1,5 grama de cocaína pura. A possibilidade de overdose, entretanto, é maior quando a droga é injectada directamente na corrente sanguínea.

O efeito da cocaína pode levar a um aumento de excitabilidade, ansiedade, elevação da pressão sanguínea, náusea e até mesmo alucinações. Um relatório norte-americano afirma que uma característica peculiar da psicose paranóica, resultante do abuso de cocaína, é um tipo de alucinação na qual formigas, insectos ou cobras imaginárias parecem estar caminhando sobre ou sob a pele do cocainómano.

Embora exista controvérsia, alguns afirmam que os únicos perigos médicos do uso da cocaína são as reacções alérgicas fatais e a habilidade da droga em produzir forte dependência psicológica, mas não física. Por ser uma substância de efeito rápido e intenso, a cocaína estimula o usuário a utilizá-la seguidamente para fugir da profunda depressão que se segue após o seu efeito.

A Coca-Cola, um dos refrigerantes mais populares, foi originalmente uma beberagem feita com folhas de coca e vendida como um "extraordinário agente terapêutico para todos os males, desde a melancolia até a insónia". Complicações legais, todavia, fizeram com que a partir de 1906 o refrigerante passasse a utilizar em sua fórmula folhas de coca descocainadas.

Dentre os ingredientes de fabricação da cocaína estão o cimento, soda cáustica, gasolina destilada, amônia, ácido sulfúrico e gasolina fresca como podemos ver no vídeo a seguir: